sábado, maio 20, 2006

Episódio 5.01 [ 2006 – A Space Odyssey ]

De vez em quando a gente se sente um pouquinho perdido. Mas só um pouquinho. Não estou o que se pode chamar de triste, tenho ainda amigos sinceros e tenho coragem de continuar vivendo sem ligar pra opinião daqueles que não pagam as minhas contas.
De repente eu paro pra pensar e percebo que estou em Belo Horizonte, estudando na Universidade Federal de Minas Gerais. Será que eu estou mesmo pronto pra tudo isso. Eu acabei de fazer 18 anos e ainda tem tanta coisa que eu não sei. Tem tanta coisa que eu já poderia ter vivido e não vivi por falta de coragem ou comodismo. Eu sei, já falei sobre isso antes, mas o que fazer quando o sentimento não vai embora e fica te incomodando, entrando pela sua janela à noite?
Quase não tenho mais tempo para me dedicar ao blog; acho que também estou perdendo o talento de escrever algo que faça sentido. Toda semana é uma avalanche de trabalhos, apresentações e provas, o que me faz me perguntar se vai ser assim pelos próximos 4 anos. Mas isso me traz uma conclusão válida: estou sendo avaliado o tempo todo. Mais do que nunca eu preciso atentar para as críticas – quais eu devo acolher e quais eu devo ignorar. Talvez eu não seja tão indiferente assim às opiniões alheias. Senão eu não tentaria impressionar.
Tenho saudades da época em que eu escrevia sobre alguma coisa, sobre algum sentimento, sobre alguma descoberta. Meus posts agora são sobre nada em especial, apenas sobre coisas que ninguém entende (e nem se esforça para entender) além de mim. É possível que na vida de um cara que acabou de se mudar para uma cidade 10 vezes maior e acabou de entrar na faculdade não esteja acontecendo absolutamente nada que mereça ser escrito?
Minha vida costumava ser um seriado. O problema é que hoje nem os seriados parecem ter finais felizes. O Seth do The OC está viciado em maconha e a Marissa morreu no último episódio da terceira temporada. E morreu também mais uma das minhas esperanças de que tudo dê certo no final.
Não consigo enxergar uma cor na minha vida. Nem cores de Almodóvar nem cores de Frida Kahlo. Eu preciso de respostas urgentes.

Soundtrack: Champagne Supernova, by Matt Pond PA

segunda-feira, maio 01, 2006

Pilot Episode [ Welcome to 18 ]

Pilot Episode [ Welcome to Eighteen ]

Eu ainda não tinha parado pra pensar o que significa ter dezoito anos. Agora, faltando muito pouco tempo para a meia-noite, logo, muito pouco tempo para eu ter oficialmente dezoito anos, eu consigo pensar em um pouco mais do que beber legalmente ou entrar em alguns lugares só para maiores.
A minha vida já está mudando a tempo o bastante. Foram grandes guinadas. Sair do Ensino Médio e entrar na Universidade. Sair de Sete Lagoas e ir morar em Belo Horizonte. Algo me diz que tudo isso foi apenas uma preparação para o que está por vir. Estou aprendendo a administrar o dinheiro, gastar menos, preocupar-me com as contas. Mas o dinheiro que as paga ainda não sai do meu bolso.
Acho que ter 18 significa ter consciência dos meus atos ou pelo menos das conseqüências que eles trazem. Significa estar pronto para tomar atitudes, ter algumas responsabilidades a mais e ao mesmo tempo saber que ainda não sou grande o bastante para outras coisas. Ainda tenho muito o que aprender. Muito velho por aí ainda não tem a resposta para todas as perguntas da vida.
Ter 18 está significando sentir de uma maneira mais madura e altruísta, sem pedir nada em troca. Seja na amizade, seja no amor, seja nas relações familiares. A idéia de troca é mesquinha e capitalista. Não é isso que eu quero para os meus 18 anos...
Ter 18 anos significa fazer sempre o melhor. Se alguém diz que o que eu faço está bom, eu não tenho que me orgulhar e deixar como está, mas tentar melhorar ainda mais. Se alguém diz que o que eu faço é ruim, eu não tenho que desistir e deixar pra lá, mas procurar saber onde estão meus defeitos e lutar para vencê-los.
Ter 18 anos significa me despir de preconceitos. Significa assumir meus sentimentos e vontades. Significa tentar me livrar de rótulos ou etiquetas. Significa ouvir música sem dar a mínima pra o que pensam da banda ou de quem a ouve. Significa ver mais filmes, ler mais livros, tentar ser mais culto o possível. Significa não me intimidar diante de uma pessoa notoriamente mais culta do que eu e sim me esforçar para me igualar a ela.
Ter 18 anos significa amadurecer textos, idéias, pensamentos, conceitos, responsabilidades. Significa estar maior.
Acho que ter 18 anos significa só um número, na verdade. Não cresci, não engordei nada (mesmo com o macarrão de todos os dias ^^). Todas essas mudanças são processos naturais. O mesmo processo a vida toda. Ninguém nunca é bom o bastante. Creio que quando eu fizer 19 ainda vou precisar ouvir conselhos e talvez ler esse post mais uma vez pra ver o que eu ainda não estou fazendo bem.
Ter 18 anos significa, para mim, continuar vivendo. Acordar amanhã e encarar a vida. Ir para a faculdade, ver as pessoas que eu gosto. Pensar na minha família. Fazer minhas obrigações. Me divertir. Dormir... And on, and on, and on...

*soundtrack: We’ve only just begun, by The Carpenters
*me sentindo tão terceira temporada de Everwood…


Welcome to eigtheen é um filme de 1986 sobre quatro garotas adolescentes cuja vida é uma festa... ai, os anos 80...