quinta-feira, março 22, 2007

Pausa para o café...

Difícil era acreditar que isso ia acontecer de novo. E exatamente da mesma forma das anteriores, mas com uma intensidade maior. E diferente.

Difícil é pensar que talvez possa dar certo, depois de tantas tentativas frustradas...

Difícil é acreditar que finalmente eu canto aquelas músicas de novo, cantando bem alto sem me preocupar com o pessoal do apartamento do lado. E talvez eu esteja até feliz.

Difícil é acreditar que eu não estou preocupado nem um pouquinho com o que pode acontecer nos próximos dias, porque o dia de hoje foi melhor do que o de ontem e eu sou otimista o bastante pra acreditar que isso vai durar.

Difícil é acreditar que finalmente alguém ocupou aquele espaço vago aqui dentro.

Difícil demais vai ser eu acordar desse sonho, quando finalmente eu conseguir colocar os pés no chão e perceber que tudo não passou de um delírio. E talvez eu queira permanecer sonhando...

Mas mais difícil do que tudo isso é ficar um dia inteiro sem pelo menos te dizer um "oi" e esperar ansiosa e deliciosamente pela sua resposta.

"por onde andei enquanto você me procurava?
será que eu sei que você é mesmo tudo aquilo que me faltava?"

segunda-feira, março 19, 2007

6.03 - It Happened One Night

[ It happened one night ]

Eu sempre gostei de viajar. E, mesmo naquelas viagens bem grandes, pra um lugar muito especial que eu estou louco pra ir, a minha parte preferida é a estrada. Sentir o cheiro da estrada, das árvores, até da gasolina queimada, tudo isso me faz sentir uma felicidade única, uma coisa tão íntima que chega a ser confessional nesse momento.
Às vezes eu tenho preguiça de viver, sabe? De ter que encarar a semana inteira de faculdade e trabalho pra depois pegar duzendos ônibus e chegar em Sete Lagoas. Dormir um dia, ou dois, e recomeçar. pegar os mesmos duzentos ônibus de volta. Isso demanda um esforço gigante (deixando nesse momento o "podia ser bem pior" de lado). É praticamente perder o dia todo viajando. Só de pensar que isso ainda vai durar pelo menos mais três anos é meio desanimador.
Mas eu meio que esqueço de tudo quando estou na estrada. E lá, com o meu fone de ouvido pendurado ou não, é que eu me sinto feliz. Feliz mesmo, daquele jeito cinematográfico, com direito a sorriso espontâneo, olhos fechados e respiração profunda (eu poderia atá abrir os braços e gritar "yuhuu", mas eu estou dentro de um ônibus, né...).
Por isso que eu não morro sem fazer um road movie. E por isso que eu tendo a gostar de road movies. Afinal, é assim que a vida corre, né? Na velocidade máxima que um motor pode alcançar. Às vezes a estrada tem limite de velocidade, às vezes leva-se multas, mas o prazer de sentir o vento no rosto compensa tudo isso.

Dica de locadora: It happened one night (Aconteceu naquela noite) - Uma jovem mimada resolve fugir de casa após seu pai não concordar que ela se case com um playboy. É quando ela encontra um charmoso jornalista que acaba lhe passando algumas lições de vida. Idéia pouco original. Mas estamos em 1934 e o diretor é Frank Capra, ou seja, obra prima.
Citação: "Country road, take me home to the place I belong" ("Country Road")
Trilha Sonora: That's the way the world goes 'round, by Norah Jones

sexta-feira, março 02, 2007

6.02 - Little Manhattan

[ Little Manhattan ]

E de repente o filme me fez pensar. E talvez pensar mais na minha própria vida mais do que qualquer outro filme. O responsável por isso foi “Little Manhattan”, uma despretensiosa história sobre um garoto de 10 anos que se apaixona pela sua companheira de caratê, de 11 anos. Tudo no filme soa tão real, mesmo na mais bizarra das cenas, em que a consciência do garoto (na forma de um mestre oriental das artes marciais) aparece para o menino, lhe dando conselhos sobre beijar ou não a garota durante um treino (algo como o Mundo de Bobby em ação real). É tudo tão plausível, tudo tão doce e tudo tão infantil. Acho que ninguém deveria perder esse sabor doce que a gente sente quando é criança e se apaixona pela primeira vez. Quem é que não disse as coisas erradas na hora errada? Quem é que não ficou sem ação, sem saber como agir diante daquela pessoa especial? Quando se é criança, as barreiras são tão grandes. Tem a insegurança, tem o medo da rejeição, a dúvida… E não somos sempre assim mesmo depois de crescidos? Você aí pode até dizer que a diferença é que o amor infantil passa logo. Pois eu digo que fica, e dura tanto quanto qualquer outro amor, proporcionalmente falando.
Talvez sejamos até mais fortes aos 10 anos. Talvez consigamos enfrentar melhor as vicissitudes do amor e conseguir superar. É óbvio que também é muito mais difícil assumir os nossos sentimentos, pois ainda não se sabe o que fazer com eles. Mas falando sério, quando é que se sabe?
Só temos a aprender com essas crianças e seus amores, e valoriza-los um pouco mais. Quem sabe assim nossas vidas amorosas pseudomaduras seriam bem melhores…

Pode haver outros amores, maiores e melhores, mas nunca outro primeiro amor.


Dica de locadora: Little Manhattan (ABC do Amor) - é a tal história do garotinho de 10 anos tentnado viver uma história de amor na grande maçã (apesar de que sua mãe só o deixa ir até a rua 72)
Citação: "Esta vida é um punhal de dois gumes fatais: não amar é sofrer; amar é sofrer mais." (Menotti del Picchia)
Trilha Sonora: Cannonball, by Damien Rice