sábado, junho 10, 2006

Episode 5.03 [ Great Expectations ]

Episode 5.03 [ Great Expectations ]

E lá estava eu, voltando pra casa bem mais cedo que o normal, ainda com a esperança de que meu celular vibrasse no bolso. O ônibus estava cheio e eu bem distante dali, pensando na vida, pensando no mundo, pensando em que palavras eu usaria para escrever isso agora.
Duas horas e meia antes eu saí. O roteiro: ir até a casa de Vinícius Cotta para o aniversário dele e logo depois sair de lá e ir encontrar com Filipe e Du e quem sabe o resto do pessoal. Mas cheguei na casa de Vinícius tarde. Saí tarde. Cheguei na casa de Du tarde. Tarde demais. Eles já não estavam mais lá, não me esperaram e não me ligaram. Meu celular sem poder ligar pra ninguém, telefone de casa ocupado...
Só podia estar tudo errado. Logo hoje que eu precisava tanto falar com alguém.. logo hoje que eu precisava tanto estar perto dos meus amigos e não ver a hora passar... não sei porque eu estava com uma angústia que não passava...
Na casa de Vinícius me senti tão por fora. Me senti completamente alheio às conversas, aos assuntos... Minha grande companheira foi a música... Tudo o que eu queria era sair correndo dali e abraçar alguém que me dissesse que tudo ia ficar bem.
Mas eu nem mesmo sei o que está mal...
Ontem eu encontrei no Orkut uns amigos antigos, que não vejo desde 98. E fiquei imaginando como tudo seria se eu nunca tivesse me mudado para Sete Lagoas. Talvez seria um deles, me formaria com eles. Talvez não estivesse estudando na UFMG, talvez não estaria me sentindo tão estranho como agora...
Eu olho pra minha vida e percebo que eu sempre quis ser o que eu sou hoje. Mas tem alguma coisa fora do lugar. Meus amigos estão distantes como nunca. Estou sozinho. O semestre na faculdade está acabando e eu vejo que realizei muitíssimo pouca coisa nesses meses. Como assim? segundo período??
Toda vez que vou dormir olho para o cruzeiro do sul da minha janela e imagino que talvez só as estrelas se preocupem comigo e saibam dos meus sonhos e medos. Mas elas talvez nem estejam lá...
Tudo isso que eu escrevi na verdade foi pra refletir sobre as expectativas que a gente cria a respeito da vida. Lá vamos nós sonhando com um mundo perfeito. Eu sonhava em sair de Guaranésia e conquistar o mundo e hoje me vejo me perguntando se não teria sido melhor continuar lá. Eu esperava me divertir na casa de Vinícius e depois ver Filipe e Du. Nada disso aconteceu.
A vida é mesmo coisa muito frágil, uma bobagem, uma irrelevância, como já diz o poeta. Quando vamos aprender a não apostar todas as nossas fichas? Quando vamos aprender a não nos decepcionar com as coisas?
Pra mim não adianta... se eu não sonhar, se eu não esperar, se eu não ansear... eu simplesmente não vivo.

Soundtrack: City of Blinding Lights, by U2

2 comentários:

Anônimo disse...

Você tá se decepcionando mto intensamente com as coisas, Oth... talvez não precisace de tamanho drama em cima disso. Na verdade não vou afirmar pq não sei seu estado na hora, mas agora, uma semana depois disso, a gente viu como tudo isso que vc falou foi por água a baixo nesse findi. Foi mto bom reencontrar com o Pedro e o fim de semana/feriado foi bastante divertido. Se vc nunca tivesse vindo pra 7L, a gente nunca seria melhores amigos... e aí???

Anônimo disse...

Ei moço! Ow aquele dia foi estranho. Foi uma sucessão de acontecimentos que culminaram naquele desfecho. Tantos porques... Pq sera que quando mais vc precisava de alguém todas as leis do universo ñ quiseram colaborar. Relatividade? Difícil. Acaso? Quem sabe... Quando soube fiquei tristim comigo mesmo por a gente ñ ter acordado quando vc chamou. Tem coisas que ñ têm jeito, e a gente ñ consegue entender o porquê delas logo de cara. A maneira como lidamos com os acontecimentos é que faz toda diferença, e vc aparentemente lidou super bem com eles, pq o fim de semana seguinte foi ótimo. Gostei mto da gente comendo traquinas meio a meio, tomando todynho e lendo Chega Mais de madrugada, ao som dos roncos de Filipe, (^^) rindo da manota alheia... hehehe. E só pra constar, eu vou estar aí pra o que precisar, mas da próxima vez esmurra o portão, quebra tudo, chama a polícia, mas eu vou sempre ter um abraço pra ti, porque te tenho como um amigo. Mas ñ um amigo qualquer... meu melhor amigo!