domingo, maio 20, 2007

6.08 - Mulholland Drive

[ Mulholland Drive ]

É como se eu não estivesse estado aqui por uns dias. É como se eu tivesse imaginando tudo desde aquela aula de Linguagens, Tecnologias e Produção de TV e Vídeo (provavelmente me perdi voando enquanto falava o nome da disciplina). É como se eu tivesse ficado lá perdido ouvindo as Bachianas nº4 olhando para o telão onde o Glauber se expressava. Porque foi a primeira vez que eu senti ao mesmo tempo Villa Lobos, Bach, Yo-yo Ma e Glauber Rocha.

É como se fosse fácil imaginar Hannah Arendt como uma pessoa normal, que acorda com preguiça de ir pro trabalho, às vezes. É como se fosse realmente comum uma relação entre Sartre e Simone de Beauvoir. É como se a lágrima que caiu durante a música que tocou no Goodtimes representasse todo o drama que eu já digeri na vida, de Shakespeare a Manoel Carlos. Porque ainda consigo sentir a emoção do letrista pouco inspirado e dos sintetizadores de duas décadas atrás.

É como se eu estivesse dormindo, naqueles dias que a gente não se lembra do sonho quando acorda. É como se eu não soubesse mais a diferença entre Einstein e Eisenstein. Porque cada cena do filme do David Lynch me fazia pensar que ainda há muito o que saber o vão entre o céu e a terra. E nem toda filosofia é assim tão vã. Vamos.

É como se o show tivesse sido um intervalo entre os blocos dessa obra dramatúrgica. É como se a banda que tocou "Sweet Child O'Mine" e "Se ela dança, eu danço" no mesmo palco fosse só uma coisa que eu imaginei.

E qual é o verdadeiro significado disso tudo hem?

Gente do céu, esse trem tem cada vez menos sentido. A culpa é sua? Não, não. Minha e de meus dezenove anos mal(?)vividos.

Dica de locadora: Mulholland Drive (Cidade dos Sonhos) - Esqueçam qualquer sinopse que encontrarem por aí na internet que tenha menos de 1000 palavras. Adoro filmes difíceis de terem um "sobre" na descrição. Cidade dos Sonhos tem Naomi Watts dirigida por David Lynch, numa história no mínimo curiosa.
Citação: ok, sem frases hoje.
Trilha Sonora: Against All Odds, by Phill Collins

4 comentários:

disse...

Acredite, a banda tocou essas e muitas outras músicas reunidas num pacotão, e eu duvido que exista um playlist igual por ae. Mas se faz pouco ou nenhum sentido não importa. O importante é que DANÇAMOS À BEÇA! E uma das coisas que mais faz sentido nessa vida é divertir-se com os amigos. Então vamos lá: "Se ela dança eu danço... Falei com o DJ..."
PS: Momento único, ao lado de pessoas únicas e claro, músicas únicas! Precisamos repetir!

Anônimo disse...

oi .

Anônimo disse...

Associações e comparações inusitadas? Achei que fosse só comigo... Aliás, muita coisa acho que acontece só comigo. Tenho que deixar de ter esse pensamento inferior e egoísta!
=P

Misturas que dão certo e que parecem não ter o menor sentido é uma de minhas especialidades.

No meu mp4 tenho Loreena McKennitt, Nightwish, Tarja Turunen, a trilha sonora de O Senhor dos Anéis, Norah Jones, Alanis Morissette, Lara Fabian, Epica... Parece uma coisa nada a ver com outra, mas pra mim faz sentido pular de uma música pesada para uma ópera em um segundo. Adoro esses contrastes.

Vejo que as coisas nem sempre parecem o que são, ou não necessariamente o que dizem que são.
E viver intensamente essa mistura de imaginação, realidade, sonho, interpretação e reinterpretação é muito bom!

Ah, viajei demais!

[]'s

Unknown disse...

por que motivo, razão ou circunstância seus 19 anos seriam mal vividos??? Meu, vc tem sorte porque tem talento, juventude, amigos que te amam, uma família que canta junto...(que nem ontem, foi bom pra caramba, eu nem queria ir embora....)Amo vc.